(11) 5083-4491
(11) 5083-9420A palavra saúde é um conceito complexo, definido pela Organização Mundial da Saúde como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não consiste apenas na ausência de doença ou de enfermidade (WHO, 1946). Apesar dessa definição ser considerada utópica por muitos pesquisadores da saúde, ela indica a amplitude da saúde.
De acordo com o Artigo 3 da Lei Nº 8.080, a saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais (Brasil, 1990), sendo que a alimentação, juntamente com atividade física, está entre principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças não transmissíveis (WHO, 2004).
O Guia Alimentar para População Brasileira (2014) apresenta uma definição ampla do que é alimentação adequada e saudável, sendo colocada como um direito humano básico que envolve a garantia ao acesso permanente e regular, de forma socialmente justa, a uma prática alimentar adequada aos aspectos biológicos e sociais do indivíduo e que deve estar em acordo com as necessidades alimentares especiais; ser referenciada pela cultura alimentar e pelas dimensões de gênero, raça e etnia; acessível do ponto de vista físico e financeiro; harmônica em quantidade e qualidade, atendendo aos princípios da variedade, equilíbrio, moderação e prazer; e baseada em práticas produtivas adequadas e sustentáveis.
É essa definição ampla do que é alimentação adequada e saudável que deve nortear a prática profissional, políticas de alimentação e nutrição e políticas de saúde.
O primeiro curso de nutrição no Brasil surgiu na década de 30, na Faculdade de Saúde Pública da USP. A ciência percebia a urgência das boas práticas higiênico-sanitárias para diminuir a incidência de algumas doenças.
Além das péssimas condições higiênico-sanitárias, o Brasil era um país faminto. As políticas públicas desse período iam de encontro às reflexões internacionais do pós-guerra.
Mais adiante, observa-se que a ciência da nutrição se debruçou sobre os aspectos sociais da fome, do processo saúde-doença, desigualdade e segurança alimentar, ocupando papel de destaque na agenda pública. Estudiosos da comida também começaram a incluir a antropologia, ciências sociais e gastronomia nesse balaio, um espaço multidisciplinar.
O papel da nutrição não é promover o terrorismo nutricional. O papel é ajudar a comer melhor, sim. É também ajudar a ter uma boa relação com a sua comida.
Estér Soares Paulino - Nutricionista (Clinica Spatium)
CRN 3 17525
Referências
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira/ Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica.2 ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2014.
World Health Organization (WHO). Constitution of the World Health Organization. 1946. Disponível em:http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/OMS-Organização-Mundial-dasaúde/constituicao-da-organizacao-mundial-da-saude-omswho.html