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Síndrome do Pânico

Síndrome do Pânico
Um transtorno que vem crescendo nos últimos anos

Entre os principais nomes dos transtornos psicológicos e dos distúrbios de ansiedade, está a síndrome do pânico

Cá entre nós, hoje em dia é muito comum conhecer quem já sofreu uma crise de ansiedade. Isso porque, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que 280 milhões de pessoas no mundo, ou seja, 4% da população total, sendo 6 milhões só no Brasil, sofrem com essa síndrome.

Por isso, viemos trazer um guia completo sobre o tema, para que com informação você saiba identificar melhor os sintomas, e buscar ajuda de um especialista, ou ajudar a alguém que precisa.

O que é síndrome do pânico?

A síndrome do pânico é um tipo de transtorno de ansiedade que se caracterizada por crises inesperadas. Entre os principais sintomas estão o medo, insegurança e desespero, aparentemente sem qualquer risco real.

Essas crises de ansiedade provocam sintomas físicos e psicológicos, como vamos detalhar mais a frente.

Além disso, a pessoa tem dificuldade nas atividades do dia a dia, além de uma preocupação constante de um novo episódio, que pode ocorrer, inclusive, durante o sono.

Como diagnosticar a Síndrome do Pânico?

Em geral, para o diagnóstico a pessoa precisar ter recorrência de dois ataques de pânico (crises de ansiedade). Além disso, a idade de início varia entre 20 e 45 anos. Esse transtorno raramente acontece antes da puberdade ou após a menopausa.

Pesquisas apontam que 80% das pessoas procura ajuda médica, não psiquiátrica, até um ano depois da primeira crise de pânico.

Além disso, após o primeiro ataque, as pessoas podem ter a chamada ansiedade antecipatória e preocupação de que podem ter novos ataques de pânico.

Além disso, vale lembrar que a perturbação de pânico não tem ligação com outro transtorno mental ou uso de substâncias.

Síndrome de pânico: causas

Ainda não se sabe a causa exata, mas a ciência diz que há fatores que podem influenciar isso. Como por exemplo a genética, o tipo de temperamento da pessoa, o estresse e as mudanças cerebrais que acontecem, como uma reação, a episódios específicos.

Segundo o especialista do Zenklub, Massashi Saito, há fatores de risco que podem desencadear uma crise de ansiedade e consequentemente uma crise de pânico:

  • Episódios com estresse extremo;
  • Transições de vida ou de carreira de forma abrupta;
  • Morte ou doença de um ente querido;
  • Estresse pós-traumático (TEPT);
  • Histórico de violência e abuso na infância;
  • Preocupação excessiva;
  • Necessidade de estar no controle da situação;
  • Expectativas altas;
  • Dificuldade em aceitar mudanças de opinião;
  • Repressão de sentimentos negativos;
  • Negação de que haja algo de errado;
  • Ocupação constante;
  • Grandes responsabilidades e alto grau de exigência pessoal;
  • Perfeccionismo e má aceitação de erros.

De acordo com pesquisas, a síndrome do pânico e suas crises de ansiedade são mais comuns em mulheres do que em homens. Além disso, é mais comum que aconteça já na idade adulta, em pessoas a partir de 30 anos.

Relatos de uma pessoa com ataque de pânico

Leia o relato real de uma pessoa que descreveu como se deu o seu ataque de pânico:

Estava deitado tentando dormir e me vem uma forte vontade de vomitar, tontura, as mãos começam a suar frio, meu coração dispara. Por isso, tento controlar a respiração, mas quanto mais tento respirar mais acelera o meu coração. A frequência cardíaca está muito alta. Não consigo controlar. Perco o controle dos meus próprios pensamentos. Ligo direto para SAMU. Sei que deve ser um ataque de pânico, pois já senti isso muitas vezes, mas e se não for e eu estiver morrendo? Tendo um ataque cardíaco? Mais uma vez chego ao hospital, faço exames. Procuro respostas. Não tenho nada físico. O médico diz ser ansiedade, emocional. Mas, de onde vem isso e como posso controlar? Quero parar de sentir meu corpo morrendo toda semana. É uma angústia aterrorizadora.

Há sintomas psicológicos e físicos em uma crise de pânico e que podem aparecer juntos ou não, e em variados níveis.

Sintomas da Síndrome do Pânico

Mas, afinal, quais são os sintomas do pânico? Separamos aqui uma lista com os sintomas físicos e psicológicos mais comuns. Mas, vale lembrar que apenas um profissional pode fazer o diagnóstico certo e te ajudar no tratamento.

Sintomas físicos:

  • Ritmo cardíaco rápido;
  • Suores intensos;
  • Calafrios ou ondas de calor;
  • Tremores ou abalos e formigamentos;
  • Falta de ar, sufocamento ou asfixia;
  • Náuseas ou desconforto abdominal;
  • Dores ou desconforto no peito ou tórax;
  • Tonturas e vertigens;

Sintomas psicológicos:

  • Medo de perder o controle;
  • Medo de morrer;
  • Sentimento de estar em perigo;
  • Sensação de bloqueio mental;
  • Desrealização e despersonalização das pessoas e coisas;
  • Angústia;
  • Sensação de transtorno de ansiedade generalizada;
  • Medo do medo de ter outro ataque.

Crise de Pânico (ansiedade) X Síndrome do Pânico

Mas, afinal, existe diferença entre o que é crise de pânico (ansiedade) e o que é síndrome do pânico? Sim, e essa classificação tem a ver com a recorrência desses episódios.

Se as crises forem frequentes, é possível que você tenha síndrome do pânico, caso não, você está experimentando uma crise diante de uma situação do momento.

Segundo a especialista do Zenklub, Lidiane Pontes, quem vive uma crise de pânico tem a seguinte sensação:

É uma experiência de intenso medo ou mal-estar acompanhado de sintomas físicos e/ou cognitivos. Mas, as crises de pânico podem acontecer em outros transtornos de ansiedade, nas fobias específicas, como a agorafobia, tripofobia e claustrofobia, na fobia social e no transtorno obsessivo-compulsivo.

 

Sintoma do medo de ter uma crise de ansiedade

Além de todos os sintomas, as pessoas que passam por uma crise, pode ter um medo ainda maior em viver isso novamente.

Segundo a especialista Lidiane, a pessoa passa a evitar situações que pode ser um gatilho para uma crise. Como por exemplo, estar no meio de uma multidão, viajar sozinha, sair de casa e ir a lugares onde fechados, difíceis de sair.

Enquanto que nos transtornos fóbicos, o foco do medo está em uma situação específica, nas situações de pânico é mais comum verificar que os ataques de pânico são determinados pelo momento. Em geral, o indivíduo sabe dizer de forma clara qual é o estímulo situacional que gera as perturbações.

Síndrome do pânico tem cura?

O tratamento e orientação médica pode te ajudar a superar ou amenizar suas síndrome do pânico. Além disso, tem ferramentas excelentes para tratar as crises de ansiedade e os sintomas da síndrome do pânico.

A psicoterapia é a mais indicada e vai agir nas causas dos sintomas a fim de amenizar ou acabar com os sintomas da síndrome do pânico.

O mais importante é buscar ajuda de um psicólogo ou psiquiatra se sentir qualquer um dos sintomas, pois assim, seu quadro não evolui para outras doenças.

Síndrome do pânico: tratamento

Como falamos, a psicoterapia é o melhor caminho para quem precisa cuidar do seu bem-estar emocional, principalmente diante de sintomas de uma síndrome. Segundo a especialista Lidiane: A abordagem cognitivo-comportamental está entre os melhores tratamentos para as pessoas que tem o transtorno de pânico.

Esse tipo de terapia foca em duas frentes:

  • Cognitiva: reconhece os estímulos internos, como por exemplo pensamentos, emoções e sensações. Além disso, busca mudar os padrões de interpretação.
  • Comportamental: foca na mudança de comportamentos da pessoa e, com isso, tendem a melhorar a qualidade de vida e o bem-estar.

Diagnóstico da síndrome do pânico

O diagnóstico é feito a partir de uma avaliação psicológica, mas pode ser necessário também análises físicas através de exames, para descartar a possibilidade de qualquer outra doença.

É importante que você tenha em mente todas as sensações e sintomas que você tem sentido para relatar ao especialista para que se avalie se realmente foi uma crise de ansiedade e, assim, tratar os sintomas da melhor forma possível.

Remédio para Síndrome do Pânico, existe?

Existe remédios que controlam os sintomas, mas devem ser indicados por um psiquiatra. Além disso, o tratamento varia de pessoa para pessoa.

O mais indicado para crises muito sérias é um tratamento combinado de remédio e psicoterapia, mas desde que seja acompanhado e indicado por um médico.

Síndrome do pânico na gravidez

Durante a gravidez, as mulheres passam por diversas alterações hormonais e convivem com diversos pensamentos sobre a saúde do bebê, por exemplo.

Por isso, é normal que nesse período, as grávidas desenvolvam mais os sintomas de ansiedade em níveis mais elevados, podendo passar por crises.

Essa mudança em sua reação com a ansiedade, sem generalizar como algo obrigatório, pode levar sim a mulher a ter crises de pânico, principalmente, se ela já tiver algum histórico de ligação com os sintomas.

Mas, tanto o excesso de ansiedade quanto as crises podem representar complicações para a gravidez, entre esses riscos temos:

  • Probabilidade de ter um parto prematuro;
  • Risco de pré-eclâmpsia;
  • Diminuição de movimentos do feto;
  • Maiores chances do parto ser por cesária do que normal.

Para esses casos, o tratamento deverá ser baseado na psicoterapia, já que a utilização de remédios é bem mais restrita.

Além disso, vale lembrar que muitas mulheres desenvolvem transtornos mentais após o parto, como a depressão pós-parto, ou seja, vale a pena não esgotar o tratamento só porque a gravidez acabou. Siga se cuidando.

Buscando ajuda para a Síndrome do Pânico

Seja para você que está sofrendo com os sintomas da síndrome do pânico ou para você que convive próximo a alguém que sofre com ansiedade, lembre-se de que você não está sozinho nessa.

A terapia é a sua melhor opção e poderá transformar esses momentos difíceis em mais um caso seu de superação.

Muitas pessoas convivem silenciosamente com esse distúrbio, muitas vezes por falta de informação ou de condições de pedir a ajuda de um especialista.

Então, não deixe de espalhar essas informações e ajude de alguma forma a quem precisa, e encontre um especialista, seja com atendimento presencial ou com psicólogos online.

Dicas para controlar uma crise de pânico

Em geral, sabemos o quanto pode parecer difícil, mas há técnicas que os especialistas recomendam em caso de uma crise:

  • Tente relaxar usando a respiração: a alteração na respiração causada pela crise, pode ser controlada com movimentos respiratórios mais lentos, ou seja, procure inspirar lentamente pelo nariz, retenha esse ar por alguns segundos nos pulmões, e expire considerando o dobro de tempo que você utilizou na inspiração;
  • Pense positivo: sua mente pode ficar confusa e cheia de medos, por isso, procure pensar em algo que lhe agrada e alegra e encha a sua cabeça de pensamentos positivos para fugir dessa nuvem negativa;
  • Alimente-se regularmente: longos períodos sem comer, por exemplo, podem alterar o seu equilíbrio no organismo e causar mais predisposição a ter uma crise. Procure realizar pequenas refeições a cada 4 horas ou busque ajuda de um nutricionista para identificar essas suas necessidades biológicas;
  • Seja menos exigente: muitas pessoas desenvolvem uma crise devido a própria cobrança que fazem com si próprio ou por alto grau de perfeccionismo. Seja gentil com você mesmo e desenvolva as coisas no seu tempo. Se ajudar, tente organizar lista de tarefas otimista, que você consiga cumprir sem grandes esforços;
  • Aproxime-se de quem você ama: nada melhor do que amigos e a família para compartilhar momentos de distração, amor e paz. São essas construções de momentos positivos que vão lhe ajudar a se conectar com o seu melhor.

 

Fonte: https://zenklub.com.br/blog/saude-bem-estar/sindrome-do-panico/